Como deve ser a medição de Percursos de Corrida de Rua

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Guia para Medição de Percursos de Corrida de Rua – Orientação às Empresas Organizadoras

Antes de proceder a medição do percurso aonde será corrida a Prova, a Empresa Organizadora deverá obter a sua liberação pelas autoridades de trânsito local, em documento por escrito, incluindo detalhes de faixas de trânsito, curvas, cruzamentos, etc.. visando facilitar o trabalho de medição, básico para a realização da Prova e a homologação de seu resultado pela CBAt.

Deverá nesta fase ser montado um mapa esquemático do percurso, contendo todos os detalhes de interesse da Prova, visando estabelecer áreas de largada e chegada, pontos de retorno, balizamentos, bloqueios parciais e totais etc.

A avaliação preliminar da distância feita com odometro de carro ou motocicleta conduz a um erro de 5 a 10 % no seu total, porem servirá como informação preliminar ao medidor credenciado que no seu trabalho confirmará as distâncias intermediárias e a marcação dos km além da definição e ajustes da distância total, para tanto é necessário se prever áreas extras para ajustes da distância total.

Após a fase de preparação e com bastante antecedência a Empresa Organizadora deverá solicitar junto a CBAt ou através da Federação local a presença de um medidor credenciado para oficializar a distância da Prova e preparar os documentos necessários ao seu reconhecimento pela CBAt

A fase de contratação da medição envolve o acerto da remuneração indicado pela CBAT (vide tabela de honorários com a CBAt) e os arranjos de viagem e hospedagem .a serem acertados diretamente com o medidor indicado dentro de sua disponibilidade profissional.

O percurso será então medido pelo método da bicicleta calibrada utilizando o aparelho Jones Oerth Counter fixado na roda dianteira da bicicleta tipo Caloi 10 (conforme figura abaixo)

O medidor seguirá rigidamente os procedimentos oficializados pela CBAt por orientação da IAAF / AIMS

Todas as informações da fase inicial deverão ser repassadas ao medidor para que ele possa analisar e decidir a melhor maneira de medir o percurso, para tanto ele necessitará de proteção policial de trânsito em todas as fases de seu trabalho, o qual envolverá:

  • istoria do percurso escolhido pela organização da Prova,avaliações preliminares do mesmo
  • layout de uma distância padrão (sugerida mínima de 300m) com fita de aço calibrada (Lufkin ou Stanley de 30m) para calibragem dos aparelhos em lugar pouco movimentado
  • cálculos e efetivação da medição, marcação dos km com tinta de demarcação asfáltica, locação da largada e chegada com pino de aço
  • Mapa do Percurso contendo identificação de todos os pontos relevantes da medição, incluindo pontos de retorno, lista e descrição dos km, largada e checada, etc..( anexo exemplo de mapa de percurso)
  • preenchimento em formulário próprio da descriçãoo do tipo de percurso segundo classificação da IAAF / AIMS ( tipo em loop, ponto a ponto, ida e volta, etc.), conceito de drop e separation (desnível e separação entre largada e chegada), estes aspectos são exigidos para as provas nacionais e internacionais, etc…
  • perfil plano altimétrico do percurso, referido a cada km além da largada e chegada (exemplo contido na figura anexa)
  • emissão preliminar do certificado da CBAT

Para provas nacionais e internacionais toda esta documentação deverá ser encaminhada à CBAT para revisão e certificação (análise por um medidor certificador ou de nível A) visando a obtenção do certificado definitivo da IAAF ou IAAF / AIMS

Sempre que possível ou recomendável o medidor deverá repetir uma segunda pedalada pelo circuito todo, certificando o seu trabalho em termos de distância total, isto também poderá ser obtido “convidando-se” um segundo ciclista para acompanhar sua trajetória e comparar os resultados obtidos (que deverão concordar em 0,08% na distância total).

Este procedimento de certificação do percurso por um segundo medidor é exigido em provas internacionais ou quando da solicitação de oficialização de melhores resultados nas distâncias oficiais, para efeito de ranking da CBAt / IAAF

Estes e outros pontos serão esclarecidos quando da consulta inicial e solicitação de reconhecimento da Prova pela Empresa Organizadora à CBAt.

Exemplo de mapa contendo detalhes e perfíl plano altimétrico

Observações Úteis

Antes da medição propriamente dita, o medidor irá definir um percurso com fita de aço calibrada de aprox 300/400 m em linha reta e local pouco movimentado aonde irá calibrar o aparelho credenciado para a medição (Jones Oerth Counter), antes e depois da medição, esta operação é necessária para a complementação dos cálculos a serem apresentados no relatório final da medição.

Este local para aferição do aparelho de medição, deverá ser sugerido pela organização da prova não muito distante das áreas de largada e chegada, evitando-se transportes da bicicleta depois da aferição. Durante a medição o medidor irá pedalar sempre pelo caminho mais curto (SPR) para a obtenção da distância final. Isto envolverá tomar as trajetórias em linha reta entre os pontos de tangencia das curvas, pedalando muitas vezes em diagonal nas ruas para obter esta trajetória mais curta, sempre protegido por um mínimo de duas viaturas policiais de trânsito sendo uma motocicleta por sua maior mobilidade.

A hora ideal para efetuar a medição, a ser combinada com o medidor, deverá ser pela manhã bem cedo, com luz suficiente e pouco tráfego nas ruas.

Não deverá haver pressa no trabalho e a velocidade máxima da bicicleta não deverá ultrapassar 16 km / hora, por segurança e durabilidade do aparelho de medição (frágil.

Exemplo de mapa de percurso, com desenho dos detalhes e locação de largada e chegada e indicação em texto de restrições do percurso:

Fonte: Blog EcoRunner

Foto de Diego Ronan

Sobre Diego Ronan

Um paulistano, desenvolvedor de softwares, apaixonado por corridas, fotografia, viagens e muito rock.

Guarulhos, São Paulo http://www.diegoronan.com.br

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