Desvende as zonas de treinamento

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Se você tem vontade de calçar os tênis e ir logo para as ruas, fique atento: antes de começar a treinar, é imprescindível que se visite um especialista para que seja feito um exame ergométrico ou ergoespirométrico – este último permite identificar as zonas ideais para o treinamento aeróbio – com a finalidade de analisar a resposta hemodinâmica, ou seja, a pressão e o movimento da circulação sanguínea, e das frequências cardíacas.

“As zonas de treinamento, também conhecidas como ‘zonas-alvo’, são aliadas do corredor”, diz Fernando Pessoa, professor da Race Consultoria Esportiva. “Isso porque, elas servem de parâmetro para determinar a intensidade da atividade física, sem falar que a carga do exercício será trabalhada com mais segurança, assim, você treina com o condicionamento físico dentro do limite do seu corpo”, explica o profissional.

As zonas de treinamento são definidas por faixas de frequência cardíaca e visam delimitar o tipo de estímulo a ser aplicado ao corredor. Renato Dutra, supervisor técnico da Run&Fun Assessoria Esportiva, esclarece como deve ser feito esse treino: “Enquanto pessoas menos condicionadas devem treinar em zonas menos intensas, corredores bem treinados precisam de maiores esforços para continuar evoluindo”.

O importante é que seja respeitada a individualidade do atleta. “É melhor que o corredor seja orientado por um treinador, se isso não for possível, ele pode avançar de zona caso não sinta muita fadiga nem dores musculares depois dos treinos, e tem mais, o atleta deve permanecer de duas a três semanas no mesmo nível, até que a intensidade ou duração aumentem”, complementa.

Há duas maneiras de se medir a frequência cardíaca: pelos monitores de frequência cardíaca (ou frequencímetro) que oferecem essa função ou usando a Fórmula de Karvonen, na qual você diminui sua idade de 220, porém, essa última, segundo Dutra, é uma fórmula sujeita a erros.

As cinco zonas de treinamento

Zona de Manutenção: Para os iniciantes, é a mais recomendada, já que usa de 50% a 60% da FC Max. (frequência cardíaca máxima). Além disso, é considerada uma corrida para restauração. “Essa zona de treino é bem confortável e a mais utilizada por iniciantes ou treinos mais suaves”, explica Fernando Pessoa.

Zona aeróbia lipolítica: Essa zona tem como principal fonte energética a gordura e é feita principalmente para a perda de peso, pois usa de 60% a 70% da FC máx. e deve ser aliado ao consumo de proteínas.

Zona limiar aeróbica: Ocorre quando o atleta quer adquirir resistência física e usa por meio dela de 70% a 80% da FC máx. É muito utilizado por atletas profissionais, pois visa o vigor muscular e a melhora no bombeamento e oxigenação do sangue.

Zona mista: Após adquirir certa resistência física, o corredor não sentirá tanto o desgaste físico e passa a usar de 80% a 90% da FC máx. Com ela, a circulação do oxigênio no sangue e nos pulmões apresenta melhora.

Zona de esforço máximo: Utiliza entre 90% e 100% da FC máx. e é usada por atletas que precisam de explosão, como Usain Bolt nos 100 metros. Porém, nessa zona o risco de lesão é alto e o treino deve ser intercalado com outros mais leves, como a zona de manutenção.

(Fontes: Renato Dutra, supervisor técnico da Run&Fun Assessoria Esportiva, Bacharel em esporte pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP) e especializado em treinamento desportivo pela Escola Paulista de Medicina e Fernando Pessoa, professor da Race Consultoria Esportiva e graduado pela Faculdade de Educação Física de Santo André (FEFISA)

(Matéria publicada na revista O2 nº91, novembro de 2010)

O2

Foto de Diego Ronan

Sobre Diego Ronan

Um paulistano, desenvolvedor de softwares, apaixonado por corridas, fotografia, viagens e muito rock.

Guarulhos, São Paulo http://www.diegoronan.com.br

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